Chamada de social selling, a estratégia de vendas por meio de mídias sociais, principalmente com influenciadores, vem crescendo a passos largos. Em 2020, cerca de 25% das empresas de e-commerce em todo o mundo já tinham planos de se aventurar nesse mercado, segundo dados da Statista.
Com estratégias para adentrar esse mercado, as marcas apostam em parcerias com influenciadores. O tema foi debatido no painel ‘Social Selling e o Impacto dos Influenciadores Digitais no Varejo’, realizado no segundo dia do Latam Retail Show, que começou nesta terça-feira, 17, e vai até o dia 19. O painel contou com Bruna Pavão, CEO da Saudabe; Michelle Tsufa, diretora executiva Comercial da Stanley 1913; Daniela Saria Vieira Aguiar, gerente de Marketing de Produtos Sênior do Grupo Cimed; e Leonardo Diniz Jorge, diretor do Grupo Drogaria Iguatemi.
Essa é a 9ª edição do LRS, que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo. A Mercado&Consumo fará a cobertura completa com entrevistas, acompanhamento de palestras e gravações de webcasts em um estúdio montado na área expositiva.
Bruna destacou que um movimento chave para as marcas atualmente é a criação de comunidades que engajem os consumidores. A pesquisa “A Better Way to Build a Brand: The Community Flywheel” da McKinsey aponta que a ‘grande ideia’ no marketing nesta década é a comunidade.
O estudo destaca que as marcas que utilizam este método de marketing têm um engajamento superior com sua base de clientes, com mais de 75% do conteúdo sobre a marca sendo gerado pelo usuário e mais de 40% do tráfego online convertido em vendas. “Uma marca que não olha para a comunidade está muito atrasada”, afirma a CEO da Saudabe.
Stanley
A Stanley é uma marca que se tornou uma febre nos últimos anos com seus copos e galões que mantêm a temperatura das bebidas. E buscando engajar ainda mais seus consumidores, a marca também embarcou na onda de colaboração com influenciadores.
Michelle destacou a parceria com Fausto Carvalho, que interpreta Jorginho. A executiva ressaltou que, antes mesmo de iniciar a parceria, o influencer e comediante já aparecia em seus vídeos sempre com um produto Stanley, o que levou à colaboração.
A executiva também ressaltou o engajamento que a própria marca tem com os clientes, afirmando que, com as mudanças nos hábitos de consumo, as empresas precisam se adequar aos consumidores. “A marca precisa construir sua relação com o cliente. Até um tempo atrás, a marca podia dizer ‘eu quero falar com tal consumidor’; hoje, a marca precisa dizer ‘qual é o meu consumidor’”, salienta.
Carmed
Há pouco tempo, a Carmed, do Grupo Cimed, era uma marca relativamente pequena. Mas esse status mudou após a parceria com a marca de doces e guloseimas Fini. Com o lançamento do hidratante labial Carmed Fini, a marca atingiu o total de R$ 40 milhões em menos de 20 dias.
Parte desse sucesso foi graças à internet. Após um post orgânico da influenciadora Lívia Nunes, segundo Daniela, a procura pelo produto foi enorme, chegando a esgotar nos pontos de venda.
Após esse sucesso, a marca também criou outras versões do produto, em parceria com o Burger King, em comemoração ao show da rainha do pop Madonna em Copacabana, e ao sucesso de bilheteira Barbie.
“Nós nos posicionamos, fomos sinceros, e assim conseguimos criar uma comunidade de defensores e advogados da marca”, conta Daniela.
Drogaria Iguatemi
Funcionando como um ambiente de bem-estar, além do segmento farmacêutico, a Drogaria Iguatemi também está engajada no social selling e no marketing de influência. “A gente entende que hoje, para o nosso segmento, o bem-estar é um estilo de vida, e não mais apenas a saúde”, afirma Jorge.
Um dos focos da companhia é a comunidade criada com o Nuspace, e-commerce da marca. O espaço busca atender às necessidades e preferências dos clientes, personalizando a jornada de compra.
Jorge conta que o Grupo DI é muito forte no branding. “Até brinco que a gente é mais forte no branding do que nas vendas”, acrescenta.
Imagens: Shutetrstock e Mercado&Consumo
