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Embalado por cenário externo e otimismo fiscal, Ibovespa fecha em alta de 1,87%; dólar cai quase 1,5% e vai a R$ 5,78

Apoiado por uma melhora no exterior e por sinalizações de que o governo e a equipe econômica parecem comprometidos e mais perto de anunciar medidas de cortes de gastos, o Ibovespa ganhou tração e fechou em alta de 1,87%, aos 130.515 pontos, perto da máxima do dia.

Ibovespa hoje

O índice oscilou entre os 128.128 pontos e 130.609 pontos. O desempenho ocorreu em uma sessão marcada pela descompressão dos prêmios de risco, que sofreram um forte ajuste para cima na sexta-feira.

O fechamento mais significativo da curva futura de juros ajudou a elevar os ganhos de ações cíclicas domésticas, caso da Cogna ON, que ficou na liderança entre as maiores valorizações do Ibovespa, com alta de 11,03%, a R$ 1,51. O dia também positivo para ações da Vale, que subiram 1,03%, a R$ 62,67.

Os papéis da Petrobras também avançaram: as PN subiram 0,23%, a R$ 35,50, já as ON tiveram alta de 0,10%, a R$ 38,34. Entre as blue chips, as units do BTG Pactual obtiveram destaque, ao subir 4,45%, a R$ 33,10, em uma sessão em que papéis com “beta maior” foram beneficiados.

O volume financeiro do Ibovespa foi de R$ 14,1 bilhões e de R$ 19,3 bilhões na B3. Em NY, os índices acionários tiveram um dia mais negativo: o Dow Jones recuou 0,61%, seguido pelo Nasdaq, que caiu 0,33%, e o S&P 500, que recuou 0,28%.

Dólar hoje

O dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira com forte retração contra o real. A dinâmica foi resultado de um ajuste interno e externo.

Lá fora, houve uma calibragem no chamado “Trump trade” (estratégia que inclui apostas no fortalecimento do dólar), após as bolsas de apostas indicarem uma melhora nas chances de vitória da democrata Kamala Harris na corrida eleitoral.

Por aqui, o adiamento da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa para poder alinhar as discussões sobre cortes de gastos ajudou a aliviar parte do prêmio de risco que havia sido embutido nos ativos domésticos no pregão de sexta-feira.

No fim dos negócios no mercado à vista, o dólar exibiu queda de 1,48%, a maior depreciação da divisa desde 23 de agosto deste ano, cotado a R$ 5,7831.

A moeda americana, assim, devolveu quase todo o movimento de apreciação observado na sexta-feira. A mínima do dia foi de R$ 5,7562 e a máxima, de R$ 5,8392.

O real foi, de longe, a moeda com melhor desempenho no dia entre as 33 mais líquidas acompanhadas pelo Valor.

No ranking das divisas, após o real, o melhor desempenho vinha da rúpia da Indonésia, com o dólar caindo 0,49% ante a divisa.

Também hoje o euro comercial exibiu desvalorização de 1,10%, terminando cotado a R$ 6,2910.

E, perto das 17h10, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, recuava 0,38%, aos 103,886 pontos.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta segunda-feira, mas longe das mínimas registrada mais cedo.

Os mercados já abriram de mau humor depois que uma pesquisa influente – a Selzer, do Estado de Iowa – mostrar a candidata democrata Kamala Harris na liderança da corrida presencial durante o fim de semana, o que levou as bolsas – que já estavam precificando uma vitória republicana.

O site de apostas PredictIt também passou a indicar vitória de Harris.

Uma vitória de Harris é vista como ruim para o mercado acionário porque entre suas propostas está o aumento de impostos corporativos.

No fechamento, o índice Dow Jones caía 0,22% a 42.141,54, o S&P 500 recuava 0,33% a 5.813,67 pontos e Nasdaq perdia 0,56% a 18.607,93.

Pressão vem da Intel, que caiu 2,7%ao ser retirado do Índice Dow Jones, e ser substituído pela Nvida, que chegou a subir 2,6%.

Com a alta de hoje, Nvidia superou o valor de mercado da Apple, com US$ 3,401 trilhões, ante US$ 3,354 trilhões da fabricante do iPhone no intradiário.

O setor bancário é um dos que mais recuaram – cerca de 0,70% – com o mercado retirando o prêmio de uma vitória republicana.

Ações do Citigroup. Goldman Sachs e Wells Fargo caíram cerca de 2%.

Já o setor de energia subiu 1,87% com a alta do petróleo e o setor imobiliário avançou 1,13% com a possibilidade de vitória de Harris.

Bolsas da Europa

Os principais índices acionários europeus encerraram o dia em queda, em sua maioria, revertendo os ganhos de mais cedo, com a cautela predominando antes das eleições presidenciais de amanhã nos Estados Unidos.

O índice Stoxx 600 fechou em queda de 0,26%, a 509,55 pontos.

DAX de Frankfurt recuou 0,56% a 19.147,85 pontos.

FTSE, da bolsa de Londres, teve alta de 0,09%, para 8.184,24 pontos.

Já o CAC 40, de Paris, caiu 0,50%, para 7.371,71 pontos.

“Pesquisas recentes indicam que Donald Trump está à frente em todos os estados indecisos, exceto Michigan e Wisconsin, mas a diferença é menor que 0,5% em estados importantes como Nevada e Pensilvânia. Então, o quadro final agora está muito difícil de prever”, informa o Citi, em relatório.

Além disso, esta semana, reuniões de política monetária estão programadas pelo Banco da Inglaterra (BoE); pelo Norges Bank, o banco central da Noruega; e Riksbank, o banco central da Suécia, além do Federal Reserve, o que significa que há muito para notícias econômicas, apesar do claro foco político.

Na zona do euro, os dados de inflação da mais firmes do que o esperado reduziram as chances de um corte na taxa de juros de referência de 0,50 ponto percentual pelo Banco Central Europeu (BCE) no mês que vem.

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