O Ibovespa encerrou em queda e o dólar avançou contra o real nesta quarta-feira (9), com mercados digerindo dados da inflação no Brasil mostrando alta dos preços em consequência da estiagem que atingiu o país nas últimas semanas.
Na cena internacional, as atenções se voltaram para a projeção de juros nos Estados Unidos após a ata do Federal Reserve (Fed) indicar que a autoridade monetária não se compromete em manter o ritmo de corte de 0,5 ponto nos próximos encontros.
O mercado também acompanham o furacão Milton que atinge a Flórida e os impactos da tempestade no economia norte-americana.
Diante destas pressões, o principal índice do mercado brasileiro encerrou com queda de 1,18%, aos 129.962 pontos, no pior resultado desde 8 de agosto.
O dólar ganhou força em todo mundo com os títulos do Tesouro dos EUA sustentando ganhos, na medida que investidores preveem desaceleração no corte dos juros pelo Fed.
A divisa norte-americana fechou a sessão com avanço de 0,98% contra o real, negociado a R$ 5,587. Já ante a cesta de moedas fortes, o dólar registrou valorização próxima de 0,4%.
Inflação vai a 0,44% em setembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou em setembro a 0,44% diante dos primeiros efeitos da estiagem que atinge o país, sob peso dos preços de energia elétrica e alimentos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No mês anterior, o índice havia apresentado deflação de 0,02%. No ano, a inflação acumulada é de 3,31% e, nos últimos 12 meses, de 4,42%. Analistas esperavam uma alta de 0,46% no índice de setembro, com alta anual de 4,43%, conforme pesquisa da Reuters.
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central neste e nos próximos anos é de 3%, com intervalo de tolerância que vai de 1,5% a 4,5%.
Agentes financeiros avaliavam como o resultado influenciará as próximas decisões do Banco Central (BC), que iniciou no mês passado um novo ciclo de aperto monetário ao elevar a Selic em 0,25 ponto, para 10,75% ao ano.
Juros nos EUA
A ata da última reunião do Fed, que encerrou em 18 de setembro com corte de 0,5 ponto, mostrou que a autoridade monetária pode alterar o ritmo de cortes nos próximos encontros.
O documento mostrou que uma “maioria substancial” das autoridades na reunião apoiou o início do ciclo de corte de juros com uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica.
No entanto, pareceu haver ainda mais concordância de que, com o movimento inicial, o Fed não estaria comprometido com nenhum ritmo específico de cortes à frente.
*Com informações de Reuters