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Carro ‘relíquia’ da Fórmula 1 é leiloado por R$ 309 milhões

Um Mercedes-Benz de 1954 que serviu de carro de corrida da Fórmula 1 na década de 1950 e já foi dirigido por pilotos que entraram para a história do automobilismo foi arrematado por € 46,5 milhões em um leilão no Museu Mercedes-Benz em Stuttgart, Alemanha, neste sábado (1º). Com o prêmio de 10% sobre a compra, o preço final do carro subiu para € 51,2 milhões, ou de R$ 309,5 milhões.

Um porta-voz da RM Sotheby’s, que facilitou o leilão, não respondeu ao pedido de comentário sobre quem havia arrematado o veículo.

Com isso, o Mercedes-Benz W196 R Stromlinienwagen (palavra que significa “carro aerodinâmico” em alemão) registrou a segunda maior quantia paga em leilão por um carro. O recorde mundial também é da mesma marca: em 2022, um comprador gastou US$ 142 milhões (R$ 829 milhões) em um Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé de 1955.

O terceiro maior leilão de carro chegou a US$ 48,4 milhões, pagos por um Ferrari 250 GTO de 1962 em 2018.

O antigo carro de corrida de Fórmula 1 leiloado neste sábado tem estilo de aerodinâmica Streamliner faz parte de uma série de três leilões de carros oferecidos pela coleção do Museu do Indianapolis Motor Speedway.

O segundo leilão, de um Ferrari 250 LM de 1964, ocorrerá na feira de carros Retromobile em Paris no dia 5 de fevereiro.

Relíquia da Fórmula 1

Catorze chassis originais do W196 foram fabricados; dez sobreviveram à temporada de F1 de 1955. Desses, quatro mantiveram a configuração Streamliner.

O carro vendido em Stuttgart, chassi 00009/54, é o único desses quatro que não pertence à Mercedes. Seu pedigree inclui ter sido dirigido por dois dos pilotos mais condecorados do automobilismo, Juan Manuel Fangio e Stirling Moss; Fangio o conduziu à vitória em uma corrida de Fórmula de estilo exibição em Buenos Aires em 1955.

O carro da Mercedes-Benz pilotado por Stirling Moss em 1955
O carro da Mercedes-Benz leiloado neste sábado (1º) em fotografia histórica, quando foi pilotado por Stirling Moss no Grand Prix de Fórmula 1 da Itália, no circuito de Monza, em 1955. Foto: Divulgação/Mercedes-Benz AG

“Esses carros são míticos”, diz Peter Haynes, porta-voz da RM Sotheby’s. O último Mercedes W196 vendido publicamente, um carro de rodas expostas com chassi 00006/54, foi arrematado por quase $30 milhões em um leilão da Bonhams em 2013. “Para qualquer pessoa que queira um W196, é difícil imaginar que haverá outra oportunidade de comprar um… Quer dizer, poderiam se passar décadas.”

O W196 de assento único era de ponta e altamente adaptável para a sua época. Desenvolvido com um motor de oito cilindros em linha, podia competir em dois estilos de carroceria distintos: o formato de rodas expostas, bem adequado para curvas, e a versão aerodinâmica Streamliner com as rodas cobertas, tornando-o ótimo para altas velocidades em pistas largas.

“Eles eram tratados como ferramentas naquela época”, diz Simon Kidston, analista e consultor automotivo que fundou o K500 Index, um índice de dados de carros clássicos, em 2014.

“Os pilotos não se importavam se os danificassem. Os mecânicos não se importavam com o que precisavam mudar para prepará-los para a próxima corrida. Isso muitas vezes se torna parte da história do carro.”

Modelo ainda mais raro

Vendido na mesma sala que hospedou o leilão do Uhlenhaut, o W196 prateado convida à comparação com seu predecessor caro no leilão. Uma razão pela qual o Uhlenhaut é supremo é que ele é um pouco mais raro, o que neste universo de carros de milhões de dólares conta muito, diz Kidston. O Streamliner é um de quatro do seu tipo; o Uhlenhaut é um de dois.

“Eu não acho que as pessoas considerem o W196 na mesma categoria”, diz Kidston, que fez a oferta vencedora para o Uhlenhaut em nome de um cliente. “O W196 é absolutamente maravilhoso. Mas em nosso mundo raro, houve outros W196, e pode muito bem haver novamente no futuro.”

O Uhlenhaut também é mais utilizável, pelo menos em teoria.

Carros de assento único como o W196 são considerados menos desejáveis do que aqueles com um segundo assento, não importa que a maioria nunca saia da garagem. Dois assentos são, pelo menos na imaginação dos compradores em potencial, mais propícios para convidar amigos e familiares para se juntarem à diversão e dar uma volta, diz Haynes.

“A questão com os carros de Fórmula 1 de assento único é que eles claramente não servem para nada além de serem colocados na pista ou irem para museus ou coleções privadas, como peças de exibição estática.”

Seis décadas ‘na garagem’

É um ponto discutível de qualquer forma. Apesar de vídeos promocionais parecerem mostrar Toto Wolff, chefe de equipe e diretor executivo da equipe Mercedes-AMG Petronas F1, dirigindo o carro, o chassi 00009/54 não funciona desde que a Mercedes o doou ao Museu Indy em 1965, de acordo com Jason Vansickle, vice-presidente de curadoria e educação do museu. “Nós simplesmente não nos sentimos confortáveis em tentar fazer o carro funcionar, mesmo com os especialistas da Mercedes, apenas para dizer que ele funcionou logo antes de passar pelo bloco de leilão”, disse Vansickle antes da venda.

As imagens de Wolff usam um “carro irmão” pertencente à Mercedes, diz Haynes, mas confirmou que o que foi vendido está “mecanicamente absolutamente completo”. Mecânicos da Mercedes poderiam torná-lo dirigível, caso o comprador deseje.

“Tomamos a decisão de não tentar fazer o carro funcionar”, ele diz, “mas você poderia, em teoria, dar uma revisada, colocar combustível e tentar ligá-lo. Mas aí, você sabe, qualquer coisa poderia acontecer.”

Kidston estima que o trabalho para colocá-lo em condições de funcionamento exigiria US$ 2 milhões e dois anos. “Obviamente não é para os fracos de coração, ou de carteira”, ele diz.

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