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Volta do investidor estrangeiro e Trump ‘ameno’: o que explica o dólar abaixo de R$ 5,80

O dólar finalmente encerrou nesta quarta-feira (5) uma longa sequência de 12 quedas, mas ainda não há razão para sustos. A moeda americana subiu apenas 0,37% e respeitou o limite dos R$ 5,80.

Desde o dia 17 de janeiro o dólar não tinha uma alta contra o real. Nesse período, a cotação acumulou uma queda de 4,87% e, hoje, encerrou o dia em R$ 5,7935. E apesar de terem sido semanas agitadas e muitas incertezas geopolíticas e sobre política monetária, o que acabou contribuindo para esse alívio no mercado foi a volta, ainda que cautelosa, de investidores estrangeiros para o Brasil.

Segundo a B3, houve uma entrada de R$ 6,82 bilhões de capital estrangeiro na bolsa em janeiro. Levantamento feito pela consultoria Elos Ayta mostra que esse foi o melhor mês desde agosto de 2024, quando o volume líquido atingiu R$ 10,01 bilhões.

Segundo Einar Ribeiro, diretor da Elos, esse dado sinaliza um retorno do apetite estrangeiro pelo mercado acionário brasileiro. E isso ajuda a explicar a queda de 6,24% no ano e também a valorização do Ibovespa, de 4,46%, atualmente em 125.486 pontos.

Apesar do saldo positivo, Einar destaca que o volume total de compras por estrangeiros foi de R$ 289,21 bilhões, o menor nível desde outubro de 2024. Já o volume de vendas somou R$ 282,38 bilhões, o mais baixo desde setembro do ano passado. Segundo ele, essa dinâmica sugere uma menor movimentação geral no mercado, mas com um saldo líquido favorável aos ingressos estrangeiros.

“O saldo positivo em janeiro reforça a importância da atratividade da bolsa brasileira diante do cenário macroeconômico, mas o menor volume negociado sugere que os investidores ainda monitoram fatores internos e externos antes de ampliar sua exposição ao mercado local”, diz Einar ressaltando a importância de analisar o comportamento do mercado nos próximos meses.

Outro dado que corrobora esse alívio foi o fluxo cambial relativo a janeiro. Segundo o Banco Central, houve uma saída de US$ 6,700 bilhões (sendo US$ 4,6 bilhões da conta financeira e US$ 2,1 bilhões da comercial). Mas, quando se olha para a última semana de janeiro, entre 27 e 31, já houve uma reversão desse movimento: nesse período, entraram US$ 1,253 bilhão no país.

Movimento global

É bom lembrar que não foi só em relação ao real que o dólar recuou. E isso aconteceu por causa da leitura de que o início do novo governo de Donald Trump não teria medidas econômicas tão impactantes como o mercado chegou a antecipar.

Houve um o susto, é verdade, com o anúncio no último fim de semana de tarifas dos EUA contra México, Canadá e China. Mas elas foram logo suspensas, deixando a percepção no mercado de que elas estão sendo usadas dentro de uma estratégia de negociação e que não serão necessariamente levadas a cabo. Com isso, o dólar manteve sua trajetória de queda.

“Essa guerra comercial acabou dando um fôlego para os países emergentes, que tiveram suas moedas ganhando um pouco de espaço”, disse Lucélia Freitas Aguiar, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, para a Reuters.

No último dia da sequência de queda, o dólar foi puxado pela divulgação de números sobre o mercado de trabalho nos EUA, com dados do relatório Jolts de que as vagas de emprego em aberto — uma medida da demanda por mão de obra — diminuíram em 556.000, para 7,6 milhões no último dia de dezembro.

Os números sugeriram que o mercado de trabalho dos EUA pode estar desaquecendo, o que é uma boa notícia sob o ponto de vista do controle da inflação — daí a perda de força dos rendimentos dos Treasuries e, em paralelo, do dólar ante várias divisas.

Dólar hoje

Nesta quarta, o dólar chegou a esboçar uma nova queda no início do dia, mas virou para alta com investidores realizando lucros e recompondo posições compradas na moeda americana após os recuos recentes

De acordo com o head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, não surgiu nenhum fato “efetivamente concreto” que justificasse a alta do dólar ante o real, a não ser uma “correção depois de 12 dias de recuo”.

“Não que este seja um sinal de reversão de tendência. Acho que a tendência deve continuar… (sendo) de queda”, acrescentou.

(Com informações da Reuters)

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