A passagem de Paulo Camargo no comando da Zamp chegou ao fim nesta sexta-feira (7), apenas sete meses após assumir oficialmente o cargo em 28 de junho de 2024 no lugar de Ariel Grunkraut. Escolhido pelo fundo soberano Mubadala para liderar a expansão da controladora do Burger King no Brasil, o executivo deixa o cargo em “comum acordo”, segundo comunicado da empresa, após um período de intensas transformações na empresa.
Sob sua gestão, a Zamp conduziu as incorporações das operações da Starbucks e Subway no Brasil, duas aquisições relevantes para a empresa, em um movimento estratégico que marcou a nova fase da companhia sob controle árabe – o Mubadala assumiu 58,2% do capital da companhia em fevereiro de 2024.
Com mais de 30 anos de experiência no mercado de consumo e alimentação, Camargo chegou à Zamp após passagens pela Espaçolaser e pela divisão Brasil da Arcos Dorados (operadora do McDonald’s na América Latina). Sua trajetória inclui ainda posições de liderança na Iron Mountain na Espanha e na Yum! Brands.
Para o lugar de Camargo, o conselho de administração da Zamp nomeou Gabriel Magalhães da Rocha Guimarães, atual diretor vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores, como presidente interino. Ele acumulará as funções até a conclusão do processo de seleção do novo CEO.
A companhia também confirmou a saída de Patricia Perano Nicieza do cargo de diretora vice-presidente de Gente e Gestão. A posição permanecerá vaga até nova deliberação do Conselho de Administração.
Em transformação
A saída de Camargo marca mais um capítulo na transformação da Zamp sob controle do Mubadala. O fundo árabe, que chegou a ter uma oferta de aquisição rejeitada em 2022, construiu sua posição gradualmente via mercado em 2023 até atingir os atuais 58,2% do capital há cerca de um ano.
Pessoas próximas ao fundo relataram ao InvestNews que a situação encontrada na Zamp surpreendeu negativamente o Mubadala, que precisou fazer uma reformulação nos mais diferentes níveis de chefia para eliminar os problemas de gestão detectados. “A avaliação é de como uma empresa de capital aberto poderia ter tantos erros”, resumiu uma das fontes.
Em janeiro de 2024, o Mubadala aprovou a retirada da companhia do Novo Mercado da B3, movimento que visa facilitar futuras aquisições e combinações de negócios. Em paralelo, o fundo também fortaleceu sua presença no conselho de administração: Leonardo Yamamoto, diretor executivo do Mubadala no Brasil, e Renan Andrade foram indicados para o board em fevereiro do ano passado.