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Após ameaça de Trump em taxar vinhos da UE em 200%, EUA aceleram exportação de uísque

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre vinhos, champanhes e outras bebidas alcoólicas vindas da França e de outros países da União Europeia (UE), a menos que suspenda a taxa de 50% sobre o uísque americano.

A medida é mais um capítulo na crescente guerra comercial entre os dois lados do Atlântico.

Temendo as retaliações, produtores americanos de uísque estão correndo para se preparar para a possibilidade de tarifas pesadas na União Europeia, à medida que o prazo para a implementação de uma taxa de 50% sobre o uísque americano se aproxima.

Para lidar com a situação, muitos estão enviando o máximo de produtos possível para a UE — um dos maiores mercados de exportação do setor — antes do prazo de 1º de abril.

Em uma publicação nas redes sociais na quinta-feira (13), Trump afirmou que avançará com essas taxas de importação se a UE mantiver uma tarifa sobre as exportações de uísque americano. A medida europeia é uma retaliação às tarifas impostas por Trump sobre o aço e o alumínio, que entraram em vigor na quarta-feira (12).

“Se essa tarifa não for removida imediatamente, os EUA imporão em breve uma tarifa de 200% sobre TODOS OS VINHOS, CHAMPANHES E BEBIDAS ALCOÓLICAS VINDOS DA FRANÇA E DE OUTROS PAÍSES DA UE”, escreveu Trump, referindo-se às taxas que podem atingir o bourbon americano. “Isso será ótimo para as empresas de vinho e champanhe dos EUA.”

Impacto nas ações

As ações de fabricantes europeias de bebidas alcoólicas caíram após o anúncio. A LVMH, dona das marcas de champanhe Moët & Chandon e Veuve Clicquot, chegou a recuar 2,2%. Já a Rémy Cointreau, produtora de conhaque, caiu 4,5%, e a Pernod Ricard, fabricante de destilados, perdeu 3,6%.

Laurent Saint-Martin, ministro do Comércio da França, reagiu à ameaça em uma publicação no X: “Trump está escalando a guerra comercial que ele mesmo decidiu iniciar. Não vamos ceder a ameaças e sempre protegeremos nossas indústrias.”

Enquanto isso, os mercados financeiros dos EUA, após semanas de volatilidade e perdas, registraram alguns ganhos na quarta-feira, mas os futuros caíram na quinta-feira.

Em resposta às tarifas de Trump sobre metais, a UE planeja contra-ataques com taxas sobre produtos americanos que somam até €26 bilhões (US$ 28,3 bilhões). Além disso, o bloco europeu iniciará consultas com seus Estados-membros para adotar, até meados de abril, listas adicionais de produtos agrícolas e industriais que poderão ser taxados em até 25%.

“O presidente ficou extremamente irritado com a atitude dos europeus”, disse o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, à Bloomberg Television na quinta-feira. “Ele se preocupa com os Estados Unidos e quer cuidar dos americanos. Por que os europeus estão mirando no bourbon do Kentucky e nas motos Harley-Davidson?”

Lutnick se referia a produtos icônicos dos EUA que foram alvo de tarifas durante o primeiro mandato de Trump, em meio a disputas comerciais com a UE. Essas taxas foram suspensas após um acordo de trégua firmado pelo governo Biden, que expira em 31 de março. Sem um novo acordo ou extensão, as tarifas voltarão a vigorar, possivelmente com valores ainda mais altos.

Negociações em andamento

Lutnick, que afirmou ter planos de conversar com autoridades da UE ainda na quinta-feira, disse esperar que “eles percebam que deveriam recuar nessas medidas”. Um porta-voz da UE confirmou que as conversas estão marcadas.

Trump também prometeu uma nova rodada de tarifas em apenas três semanas, afirmando que começará a implementar as chamadas “tarifas recíprocas”. A Casa Branca planeja aplicar uma taxa geral a cada país, baseada em cálculos sobre suas próprias tarifas e barreiras comerciais, como impostos digitais ou taxas sobre valor agregado.

Isso pode inflamar ainda mais a guerra comercial, forçando outros países a retaliarem, o que, por sua vez, pode levar Trump a impor mais taxas sob o argumento de reciprocidade. O presidente também prometeu tarifas setoriais separadas para indústrias como automóveis, madeira, semicondutores, farmacêuticos e cobre.

A estratégia de Trump para implementar sua agenda tarifária tem sido marcada por incertezas, com adiamentos, reviravoltas e mudanças de direção. Na terça-feira, ele ameaçou dobrar uma tarifa sobre o Canadá, mas recuou horas depois, quando Ontário suspendeu uma sobretaxa sobre exportações de energia.

O uso de tarifas como ferramenta de pressão em disputas econômicas e geopolíticas tem impactado os mercados. O índice S&P 500 caiu quase 10% desde o pico de fevereiro, alimentando temores de uma recessão.

Trump, que durante seu primeiro mandato frequentemente citava a alta das ações como prova do sucesso de suas políticas, minimizou os efeitos negativos. Na semana passada, ele afirmou que a queda nos mercados era uma oportunidade de compra e uma etapa necessária para reestruturar a indústria e as cadeias de suprimentos dos EUA.

No entanto, o apoio às suas tarifas é, no máximo, moderado. Muitos grupos industriais pedem isenções, e economistas alertam para os efeitos negativos em cascata na economia.

Durante seu primeiro mandato, Trump já havia ameaçado impor tarifas pesadas sobre o vinho francês em resposta à postura da França em relação a impostos sobre empresas de tecnologia americanas. Na época, ele recuou após chegar a um acordo com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Medo de retaliação

A Koval, uma destilaria de Chicago fundada em 2008, está aumentando os envios para tranquilizar distribuidores, manter os preços estáveis e garantir espaço nas prateleiras diante da concorrência, disse Sonat Birnecker Hart, cofundadora da empresa.

“Estamos trabalhando com nossos distribuidores no exterior para mostrar que queremos permanecer no mercado. Também enviamos mais produtos para tentar enfrentar a tempestade”, explicou.

A tarifa sobre o uísque é parte da resposta da UE às restrições comerciais dos EUA sobre aço e alumínio, impostas durante o primeiro mandato do ex-presidente Donald Trump.

“Isso será ótimo para as empresas de vinho e champanhe nos EUA”, disse ele em uma postagem nas redes sociais. Vale lembrar que, por definição, o champanhe só pode ser produzido na região de Champagne, na França.

Anteriormente, o uísque americano estava sujeito a uma tarifa de 25%, imposta pela UE em 2018, mas suspensa no final de 2021 como parte das negociações comerciais sob o governo do presidente Joe Biden. Desde então, o uísque americano entrou na UE sem tarifas.

No entanto, a taxa de 50% deve entrar em vigor em 1º de abril, a menos que EUA e UE cheguem a um acordo de última hora até o final deste mês.

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