O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, vai continuar no banco e não têm planos de se juntar ao governo Donald Trump apesar das especulações que ele assumiria um alto cargo público depois da eleição presidencial, disse uma fonte.
Dimon, de 68 anos, tem sido alvo de comentários repetidos nas últimas semanas como possível candidato ao cargo de secretário do Tesouro tanto por republicanos quanto por democratas, mas no mês passado ele afirmou que suas chances de assumir um cargo oficial eram “quase nulas”. A Reuters foi a primeira a relatar suas intenções de permanecer no comando do banco.
O executivo, um dos líderes mais proeminentes do mundo corporativo norte-americano, dirige o JPMorgan há quase 19 anos. O conselho do banco já nomeou quatro candidatos para suceder Dimon quando ele eventualmente deixar o cargo.
LEIA MAIS: Donald Trump vence eleição americana e retorna à Casa Branca
Dimon e os outros membros do comitê operacional do banco parabenizaram Trump, o futuro vice-presidente JD Vance e outros representantes eleitos, de acordo com um memorando enviado aos funcionários visto pela Reuters nesta quarta-feira.
“Nossa empresa tem uma longa história de trabalho com ambos os espectros políticos e está ansiosa para colaborar com a nova administração e com os representantes eleitos de ambos os partidos”, escreveram eles, destacando a declaração de Dimon na terça-feira pedindo união após uma eleição acirrada e polarizada. O Goldman Sachs enviou uma nota semelhante aos funcionários nesta quarta-feira.
Embora o veterano banqueiro tenha mantido a tradição de não apoiar publicamente nenhum candidato presidencial este ano, Dimon frequentemente se pronuncia sobre políticas econômicas e financeiras, além de desafios geopolíticos e nacionais.
LEIA MAIS: Promessas de Trump devem levar Fed a fazer cortes de juros mais brandos
Enquanto isso, reportagens afirmaram que sua esposa, Judy Dimon, viajou a Michigan no último fim de semana para fazer campanha para Kamala Harris, oponente democrata de Trump.
Anteriormente, Dimon havia minimizado as chances de assumir um cargo no governo, dizendo a analistas em outubro: “Provavelmente não vou fazer isso, mas sempre me reservo no direito” de reconsiderar.
As ações do JPMorgan subiram mais de 10% nesta quarta-feira, acompanhando um ganho semelhante para o índice mais amplo S&P 500 das ações de bancos, enquanto investidores especulavam que a nova administração seria mais amigável ao setor bancário.
Taylor Krystkowiak, estrategista de investimentos na Themes ETFs em Washington, afirmou que os investidores ficariam satisfeitos com a permanência do CEO.
LEIA MAIS: Volta de Trump à Casa Branca engavetará processos judiciais pelos próximos quatro anos
“Dimon tem conduzido o JPMorgan de forma eficaz ao longo de sua longa liderança no banco e sua decisão de permanecer não é surpreendente”, disse Krystkowiak.
Dimon é reconhecido por ter guiado o banco durante a crise financeira de 2008 e a recente turbulência dos bancos regionais no ano passado. Durante sua gestão, o JPMorgan se tornou o maior banco dos EUA, superando seus concorrentes.