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Confira as ações mais recomendadas para investir em outubro

Ações de bancos, petroleiras e empresas de energia estão entre as mais recomendadas para outubro, conforme instituições financeiras ouvidas pela CNN.

Após queda acima de 3% em setembro, o mercado vê sinais neutros para o Ibovespa, com política fiscal e os próximos passos dos juros no radar.

Na cena internacional, as atenções se voltam aos próximos cortes das taxas pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), estímulos econômicos na China e agravamento das tensões no Oriente Médio.

As casas ouvidas para este mês foram: Ágora Investimentos, Santander, BTG Pactual, XP, Empiricus e EQI Research.

As ações do Itaú Unibanco foram as mais indicadas para se investir no mês, com a recomendação de cinco das seis instituições financeiras consultadas.

Os papéis mais indicados neste mês foram:

  • Itaú Unibanco: 5 indicações;
  • Petrobras, Eletrobras e Cyrela: 4 indicações;
  • Sabesp, Prio, JBS, Vale, Banco do Brasil e Equatorial: 3 indicações.

O Santander destaca que o Itaú apresentou um segundo trimestre sólido, prevendo que o banco acelere a concessão de empréstimos em alguns segmentos, “principalmente agora que estabilizou a inadimplência da sua carteira de crédito”.

Entre abril e junho, o Itaú registrou um lucro líquido recorrente de R$ 10,1 bilhões, superando as expectativas do banco.

Além do setor bancário, os segmentos petrolífero e elétrico se destacaram, segundo análise da EQI.

“A carteira [de setembro] foi extremamente prejudicada ao longo do mês pelas movimentações em direções opostas do preço do petróleo para baixo e preços de commodities metálicas, seguindo os anúncios de estímulos econômicos pelo governo chinês”, disse a corretora.

A China anunciou os maiores pacotes de estímulos desde a pandemia da Covid-19 para cumprir a meta de crescimento de 5% ao ano.

“Como resultado, as ações chinesas entraram em um novo mercado em alta, e os setores expostos à China se recuperaram também, como as mineradoras globais”, explicou a XP, salientando que, apesar disso, as ações brasileiras não se beneficiaram muito.

Sinal positivo na bolsa?

O Ibovespa encerrou o mês de setembro em queda de 3,1%. Mesmo assim, o sentimento dos investidores se mantém neutro, se acordo com o Índice de sentimento XP “Bull & Bear”, que mede o otimismo com a bolsa.

Segundo os analistas da instituição, os lucros das empresas do Ibovespa, excluindo commodities, crescerá 31% em 2024 e 16% em 2025. O resultado, porém, pode ser prejudicado com “expectativas de que a economia brasileira desacelere e as taxas mais altas comecem a entrar em vigor”.

A análise da XP afasta um viés pessimista para as ações brasileiras e cita que a dinâmica de lucros no curto prazo ainda é positiva.

Política monetária e preocupação fiscal

O mês de setembro foi marcado pela decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em aumentar a taxa básica de juros em 0,25 ponto, passando a Selic ao patamar de 10,75% ao ano.

Segundo o BC, os riscos para alta da inflação são maiores diante da desancoragem das expectativas, economia bastante aquecida e mercado de trabalho apertado.

O movimento se deu após o Brasil registrar crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano, superando as expectativas do mercado.

Enquanto isso, o Fed foi na direção oposta e reduziu os juros em 0,5 ponto, o primeiro movimento para baixo desde 2020.

Nesse cenário, a XP considera que o cenário doméstico se deteriorou nos últimos meses, com uma projeção da Selic para 2024 em 12% e uma preocupação com riscos fiscais.

Recentemente, o governo detalhou o bloqueio de R$ 13,3 bilhões, mostrando que os ministérios da Saúde e das Cidades foram os mais afetados.

A Empiricus caracterizou o momento atual brasileiro como uma “tempestade perfeita”, que elevou as expectativas de inflação e descredibilizou a política fiscal do país.

“A seca tem afetado o preço das commodities agrícolas, que sobem no mês e já começam a influenciar a inflação projetada. Ademais, a escassez hídrica trouxe a necessidade de adotar a bandeira vermelha nível dois para a tarifa de energia elétrica, a maior desde abril de 2022”, afirmaram os analistas da casa.

*Sob supervisão de Gabriel Bosa

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