A CrowdStrike bem que tentou chegar a um acordo, mas não deu. A Delta Airlines entrou nesta sexta-feira (25) com um processo judicial contra a empresa de cibersegurança devido ao caos causado neste verão. Em julho, uma “catastrófica” atualização de software desabilitou milhões de computadores em todo o mundo e aterrissou grande parte da frota de passageiros da companhia aérea.
A atualização deixou as operações da Delta paralisadas por dias, forçando milhares de cancelamentos e atrasos de voos que afetaram mais de um milhão de seus clientes, disse a companhia aérea na ação judicial.
A CrowdStrike pediu desculpas publicamente após o erro de 19 de julho desligar computadores que executam o Windows, sistema operacional da Microsoft.
A interrupção paralisou aeroportos, bancos, bolsas de valores e empresas ao redor do mundo — e provou ser especialmente desafiadora para a Delta, que lutou por dias para retornar sua programação de voos ao normal. Desde então, a CrowdStrike anunciou mudanças abrangentes em como testa e implanta atualizações de conteúdo.
LEIA MAIS: Falha da CrowdStrike expõe fragilidades no balanço financeiro da companhia
Prejuízo astronômico
A Delta afirma que a atualização defeituosa custou à companhia aérea pelo menos US$ 500 milhões em perdas diretas — além de “graves danos à sua reputação e boa vontade”, de acordo com a queixa, apresentada na sexta-feira em um tribunal estadual na Geórgia.
A CrowdStrike disse em um comunicado que as reivindicações da Delta se baseiam em desinformação que “demonstram uma falta de compreensão de como funciona a cibersegurança moderna” e refletem uma tentativa desesperada de transferir a culpa por sua lenta recuperação de sua falha em modernizar sua infraestrutura de TI ultrapassada.
A empresa de cibersegurança disse que tentou chegar a uma resolução extrajudicial sobre a atualização, mas que “a Delta escolheu um caminho diferente.”
LEIA MAIS: Apagão cibernético rende ameaças e acusações entre Microsoft, CrowdStrike e Delta Airlines
A Delta afirma que a atualização de software foi “forçada” à empresa — e não foi algo que sua equipe de TI instalou.
“Essas atualizações foram empurradas para os clientes e seus sistemas mesmo quando os clientes não habilitaram as configurações de atualização automática”, de acordo com a queixa.
As reivindicações da Delta contra a CrowdStrike incluem fraude, violação de contrato, práticas comerciais enganosas e invasão de computadores.
A CrowdStrike, que antes do apagão cibernético vivia ‘lua de mel’ com o mercado, também enfrenta litígios de investidores sobre o apagão.