O dólar fechou a última semana cotado a R$ 5,86 — maior patamar desde maio de 2020 —, levando mais pressão à inflação. Esse movimento de alta ocorre às vésperas de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que anuncia próximos passos da Selic na próxima quarta-feira (6).
Antes mesmo do início da semana, que terminou com o dólar subindo quase 3%, o Boletim Focus do BC já previa para este ano um IPCA a 4,55%. O número fica acima da tolerância da meta perseguida pela autoridade monetária, que é de 4,5%.
A pressão deve se estender a 2025: uma estimativa da LCA Consultores previa IPCA a 4% no ano que vem, com o dólar em média a R$ 5,30; com a moeda americana por volta de R$ 5,70, a projeção é de que o índice de inflação vá 4,6% — mais uma vez acima da tolerância da meta.
A alta da moeda deve ser considerada pelo Copom na reunião da próxima quarta-feira e consolidar apostas de uma elevação de 0.5 ponto percentual na taxa básica de juros. A Selic está atualmente em 10,75% ao ano e pode ir a 11,25% ao ano.
O Ibovespa recuou 1,23% na semana, aos 128.120 pontos. Estes movimentos vêm sendo atribuídos especialmente a temores sobre política fiscal do governo Lula, no cenário doméstico; e a incertezas que rondam as eleições americanas, marcada para a próxima terça-feira (5), no externo.
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