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Dólar encerra outubro com alta de 6,10% a R$ 5,78; bolsa cai 1,58%

Os receios em torno da política fiscal do governo Lula e da possibilidade de Donald Trump vencer a eleição presidencial nos EUA voltaram a sustentar o dólar nesta quinta-feira (31), o que fez a moeda norte-americana terminar o mês de outubro na maior cotação ante o real desde março de 2021.

O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,30%, cotado a R$ 5,7815. Este é o maior valor de fechamento desde 9 de março de 2021, quando encerrou em R$ 5,7927. Em outubro, a divisa acumulou elevação de 6,10%, indicando uma variação mensal mais alta desde março de 2018, quando o dólar subiu para 6,11%.

Às 17h06, na B3 o contrato de dólar futuro para dezembro DOLc1 — que nesta sessão passou a ser o mais líquido — subia 0,32%, a R$ 5,8005 na venda.

Já o Ibovespa fechou a sessão em queda, contaminado pelo viés negativo dos pregões em Wall Street, enquanto Bradesco também pesou com as preferenciais caindo 4% após resultado trimestral, apesar de alta no lucro e melhora em rentabilidade.

O Ibovespa, principal índice de referência do mercado acionário brasileiro, recuou 071%, a 129.713,33 pontos, tendo marcado 129.655,61 pontos na mínima e 130.797,86 pontos na máxima da sessão.

Com tal desempenho, o Ibovespa acumulou em outubro uma perda de 1,58%, no segundo mês seguido no vermelho. Em 2024, contabiliza agora um declínio de 2,64%.

O volume financeiro no pregão de hoje somava R$ 16,184 bilhões antes dos ajustes finais.

No cenário local, a atenção se volta à divulgação de balanços do terceiro trimestre, com destaque para Bradesco e Ambev, enquanto permanece a expectativa para o anúncio de medidas fiscais pelo governo federal.

Na pauta macroeconômica, o índice de desemprego no Brasil recuou a 6,4% no terceiro trimestre, o menor patamar para o período desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.

Apesar da queda na abertura, o índice acumula uma valorização semanal de 0,46%, contrastando com uma variação mensal negativa de 1,01% em outubro. O volume médio de negociações nos últimos 20 dias permanece em R$ 832,5 milhões.

A moeda norte-americana mantém uma tendência de alta no curto prazo, acumulando ganhos de 1,05% na semana e expressivos 5,74% no mês de outubro.

Na avaliação de Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, apesar do petróleo ter sofrido oscilações por conta dos conflitos e possíveis ataques no Oriente Médio, as ações da Petrobras reagiram positivamente.

Por outro lado, Bradesco divulgou resultados positivos, dentro das expectativas, mas com algumas linhas ainda um pouco prejudicadas. “O mercado está descontado, o papel caindo aproximadamente 4% e todos os outros setores acompanhando essa queda do Ibovespa”, avaliou Moliterno.

No cenário internacional, Ramon Coser, especialista em renda variável da Valor Investimentos, pontuou que o mercado aguarda amanhã os dados do Payroll. Além disso, o mercado repercute os resultados abaixo das expectativas de Meta e Microsoft.

“O mercado vive a expectativa de um possível corte de gastos, anunciados pela equipe econômica, e não ficou claro quando isso pode ser anunciado”, comentou. “Enquanto isso, o mercado fica um pouco reticente”, avaliou Coser.

Dados dos EUA

Mais cedo, dados do Departamento de Comércio dos EUA mostraram que a inflação do país recuou a 2,1% em setembro, se aproximando da meta de 2% ao ano perseguida pelo Federal Reserve (Fed).

O aumento anual ficou em linha com o que os economistas esperavam, de acordo com estimativas de consenso da FactSet.

Também nos EUA, números de pedidos de auxílio-desemprego caíram na semana passada, à medida que as distorções causadas pelos furacões se dissiparam.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 12 mil, para 216 mil em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 26 de outubro, informou o Departamento do Trabalho. Economistas consultados pela Reuters previam 230.000 pedidos para a última semana.

Desemprego no Brasil recua

A taxa de desocupação no Brasil atingiu 6,4% no terceiro trimestre. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 7 milhões de pessoas desocupadas, conforme dados publicados nesta manhã.

Na véspera, dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostraram que o país criou 247 mil vagas formais de trabalho em setembro, alta de 21% ante o mesmo período de 2023.

O saldo foi resultado de  2,16 milhões de contratações e 1,91 milhão de demissões, apontou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Ainda no setor doméstico, investidores seguem de olho na cena fiscal, à medida que aguardam prometidas medidas de contenção de gastos a serem anunciadas pelo governo, que busca criar as condições para a sustentabilidade do arcabouço fiscal.

Na véspera, falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acalmaram parte do nervosismo do mercado. Ele afirmou que o ministério e a Casa Civil encontraram convergência em torno da elaboração de medidas para equilibrar as contas públicas.

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*Com informações da Reuters

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