O prazo para o resgate de “dinheiro esquecido” em bancos está próximo de acabar. Os pedidos de saque só serão aceitos até esta quarta-feira (16).
Mais de R$ 8,56 bilhões estão disponíveis para pessoas físicas, jurídicas (donos de empresa) e herdeiros no Sistema de Valores a Receber (SVR), plataforma criada pelo Banco Central.
Quem está em busca dos valores faltando pouco tempo para o término do prazo tem sido colocado em uma “fila virtual” e recebido o seguinte aviso: “devido a alta demanda, pedimos que aguarde para acessar o Sistema de Valores a Receber (SVR)”. A recomendação é seguir fazendo tentativas até conseguir acesso ao sistema.
O montante que não for solicitado até esta quarta será direcionado aos cofres do Tesouro Nacional. Em comunicado recente, o governo federal descartou que a medida configura confisco de dinheiro dos brasileiros.
A Secretaria de Comunicação Social explicou, por nota, que a incorporação dos recursos é, na verdade, uma “não novidade”, pois tem previsão legal há 70 anos, na Lei 2.313, de 1954.
A manobra que alcança o “dinheiro parado” em contas bancárias é a mesma que reduziu recentemente a alíquota de Imposto de Renda a ser paga na atualização do valor de imóveis. Em ambos os casos, o governo busca arrecadar mais recurso para garantir a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia.
“Esses recursos serão considerados para fim de cumprimento de meta primária, o que é bom para o Brasil”, ressaltou comunicado do governo.
Como saber se tenho dinheiro esquecido?
É preciso fazer uma consulta no site https://valoresareceber.bcb.gov.br/, com o CPF do consumidor ou o CNPJ de sua empresa. Se não houver valores a receber, o sistema irá informar a negativa. Mas, se houver “dinheiro esquecido”, o consumidor será informado sobre a quantia e solicitar o resgate.
O que acontece se eu perder a data?
Depois do fim do prazo, segundo o Banco Central, um edital com todos os valores recolhidos pela União será publicado. No documento serão indicados dados como a instituição financeira e agência. Depois, durante mais 30 dias, o cidadão pode voltar a pedir o “dinheiro esquecido”.
Quem não tiver feito a solicitação, terá mais seis meses, após a divulgação do edital, para pedir judicialmente os valores. Caso isso não aconteça, o dinheiro fica definitivamente com o governo.
O que é preciso para pedir a transferência do dinheiro?
O consumidor precisa ter um login Gov.br. É possível fazer o cadastro no site ou pelo aplicativo Gov.br, disponível no Google Play e na App Store. Ele é gratuito.
Mas há um detalhe importante: existem “níveis” para esse login (bronze, prata e ouro), de acordo com as informações de segurança disponibilizadas pelo consumidor para o sistema. Para solicitar o resgate do dinheiro esquecido, o consumidor precisa ter um cadastro nível prata ou ouro.
O usuário pode aumentar o nível da sua conta por meio do aplicativo gov.br, clicando em “Aumentar nível” logo na tela de “Início” do aplicativo. Também é possível logar na conta gov.br e aumentar o nível em “Selos de Confiabilidade”.
Serve login no Registrato?
Não. O Registrato é um sistema do Banco Central que fornece um extrato das informações de uma pessoa com instituições financeiras. Mas, para pedir o resgate de “dinheiro esquecido”, o consumidor precisará mesmo do login no sistema Gov.br.
Evite golpes
O Banco Central tem orientações para que as pessoas não caiam em golpes envolvendo o sistema do “dinheiro esquecido”. Veja abaixo:
- O único site para consulta e solicitação desses valores é o valoresareceber.bcb.gov.br.
- O Banco Central NÃO envia links NEM entra em contato com os consumidores para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
- NINGUÉM está autorizado a entrar em contato com os consumidores em nome do Banco Central ou do Sistema Valores a Receber.
- NUNCA clique em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram.
- NÃO faça qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores. É golpe!