As eleições municipais serão decididas no segundo turno em 51 cidades neste domingo (27). Nestas localidades, nenhum candidato conseguiu a maioria absoluta de votos no primeiro turno. Assim, os eleitores terão de escolher um entre os dois candidatos mais votados no 1º turno, que ocorreu em 6 de outubro, para definir quem será o prefeito.
É como se fosse uma nova eleição. Os votos que os candidatos conquistaram no primeiro turno não contam nesta segunda etapa. Começa tudo do zero. Mas o percentual de votos válidos que cada candidato obteve no primeiro turno é um importante indicador sobre as reais possibilidades de cada um ser eleito.
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De maneira geral, o candidato que terminou como mais votado no primeiro turno tem mais chances de confirmar essa maioria e vencer também no segundo turno. As “viradas” de jogo são raras — mas acontecem.
Nas últimas três eleições municipais, em cerca de uma a quatro cidades onde houve segundo turno, o candidato que teve menos votos no primeiro turno virou o jogo e foi eleito. Veja:
Viradas na eleição
No Rio de Janeiro, César Maia venceu duas das três eleições que disputou de virada. A primeira foi em 1992, quando, como candidato do PMDB, ficou atrás de Benedita da Silva (PT) no primeiro turno, mas superou a adversária no segundo turno. Em 2000, já no PTB, Maia teve menos votos que Luiz Paulo Conde (PFL) no primeiro turno, mas derrotou o adversário no segundo turno.
Em 2012, na eleição para prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) ficou no primeiro turno atrás de Ratinho Jr. (PSC), mas venceu no segundo turno praticamente dobrando o seu número de votos.
Também em 2012, em São Paulo, Fernando Haddad (PT), hoje ministro da Fazenda, ficou atrás de José Serra (PSDB) no primeiro turno, mas superou Serra no segundo turno e se tornou prefeito da capital paulista. Haddad protagonizou a única vez que São Paulo teve virada no segundo turno. Em todas as outras, o candidato que terminou em primeiro lugar no primeiro turno foi eleito prefeito. Veja abaixo:
1992
1º turno
Paulo Maluf (PDS) – 2.036.776 votos – 48,85%
Suplicy (PT) – 1.279.231 votos – 30,68%
2º turno
Paulo Maluf (PDS) – 2.805.201 votos – 58,08% (eleito)
Suplicy (PT) – 2.024.957 votos – 41,92%
1996
1º turno
Celso Pitta (PPB) – 2.541.150 votos – 48,24%
Luiza Erundina (PT) – 1.291.120 votos – 24,51%
2º turno
Celso Pitta (PPB) – 3.178.330 votos – 62,28% (eleito)
Luiza Erundina (PT) – 1.924.630 – 37,72%
2000
1º turno
Marta Suplicy (PT) – 2.105.013 votos – 34,40%
Paulo Maluf (PPB) – 960.581 votos – 17,40%
2º turno
Marta Suplicy (PT) – 3.247.900 votos – 58,51% (eleita)
Paulo Maluf (PPB) – 2.303.623 votos – 41,49%
2004
1º turno
José Serra (PSDB) – 2.686.396 votos – 43,56%
Marta Suplicy (PT) – 2.209.264 votos – 35,82%
2º turno
José Serra (PSDB) – 3.330.179 votos – 54,86% (eleito)
Marta Suplicy (PT) – 2.740.152 votos – 45,14%
2008
1º turno
Gilberto Kassab (DEM) – 3.790.558 votos – 33,61%
Marta Suplicy (PT) – 2.088.329 votos – 32,79%
2º turno
Gilberto Kassab (DEM) – 2.140.423 votos – 60,72% (eleito)
Marta Suplicy (PT) – 2.452.527 votos – 39,28%
2012
1º turno
José Serra (PSDB) – 1.884.849 votos – 30,75%
Fernando Haddad (PT) – 1.776.317 votos – 28,98%
2º turno
Fernando Haddad (PT) – 3.387.720 votos – 55,57% (eleito)
José Serra (PSDB) – 2.708.768 votos – 44,43%
2016
1º turno
João Doria (PSDB) – 3.085.187 votos – 53,29% (eleito)
Fernando Haddad (PT) – 967.190 votos – 16,70%
2020
1º turno
Bruno Covas (PSDB) – 1.754.013 votos – 32,85%
Guilherme Boulos (PSOL) – 1.080.736 votos – 20,24%
2º turno
Bruno Covas (PSDB) – 3.169.121 votos – 59,38% (eleito)
Guilherme Boulos (PSOL) – 2.168.109 votos – 40,62%
2024 (em andamento)
1º turno
Ricardo Nunes (MDB) – 1.801.139 votos – 29,48%
Guilherme Boulos (PSOL) – 1.776.127 votos – 29,07%
2º turno
Ricardo Nunes (MDB) x Guilherme Boulos (PSOL)