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Esta Startup Permite Que Pessoas com ELA Utilizem Computadores – e sem Um Chip na Cabeça

Cognixion

Rabbi Hurwitz utilizando o dispositivo Axon-R

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O rabino Yitzi Hurwitz passou a última década se comunicando apenas com os olhos. Diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em 2013, a rápida perda de controle muscular fez com que ele só conseguisse “falar” ao soletrar palavras de forma trabalhosa em um quadro de comunicação ocular — um processo frustrante e desanimador.

Um dos 30 mil americanos que vivem atualmente com ELA (cerca de 5 mil novos casos são diagnosticados a cada ano), Hurwitz tem poucas opções de alívio, embora novas soluções estejam surgindo gradualmente. Entre elas, está a desenvolvida por Andreas Forslund, CEO da Cognixion: uma interface cérebro-computador que ajuda pacientes paralisados a interagir com computadores e se comunicar. Ao contrário de tecnologias semelhantes da Neuralink, de Elon Musk, essa inovação não exige a implantação cirúrgica de um chip no crânio.

Nesta quarta-feira (12), a empresa anunciou o início de seu primeiro ensaio clínico, que testará a tecnologia com 10 pacientes de ELA nos Estados Unidos. O rabino Hurwitz é um deles e já está treinando com o dispositivo três vezes por semana.

O cuidador de Hurwitz disse à Forbes que já está observando o progresso do paciente. “Parece muito promissor”, afirmou. “Na primeira vez em que ele abriu o teclado, conseguiu realmente dizer algo sozinho, o que foi surpreendente. Eu não via ele fazer isso por conta própria há um bom tempo.”

A Cognixion arrecadou US$ 25 milhões de empresas de Venture Capital como Prime Movers Lab e Amazon Alexa Fund para desenvolver seu dispositivo, chamado Axon-R. Trata-se de um capacete capaz de ler ondas cerebrais por meio de eletroencefalografia e rastrear os movimentos oculares, permitindo que os usuários interajam com uma interface de realidade aumentada. Isso possibilita diversas formas de interação, incluindo a digitação de palavras que são faladas por um alto-falante do computador.

Foto de Andreas Forslund, CEO da Cognixion

Divulgação

Andreas Forslund, CEO da Cognixion

A empresa utiliza modelos de inteligência artificial generativa que treinam com os próprios padrões de fala dos pacientes, personalizando o dispositivo ao longo do tempo para tornar a comunicação mais rápida. Além disso, uma API para desenvolvedores permite que terceiros criem aplicativos para o hardware.

O estudo clínico avaliará a capacidade dos pacientes de utilizar o Axon-R e medirá seu progresso ao longo do tempo, além de examinar como a interface cérebro-computador pode ser otimizada para usuários com ELA. O ensaio é parcialmente financiado com o apoio da ALS Accel, uma nova subsidiária da ALS Association, organização sem fins lucrativos que apoia o desenvolvimento de novos tratamentos para a doença.

Nos próximos anos, o mercado de interfaces cérebro-computador deve crescer. O valor estimado até 2035 é de US$ 80 bilhões, segundo um relatório do Morgan Stanley publicado em outubro de 2024. O banco de investimentos destacou oportunidades para tratar diversas condições além da ELA, incluindo paralisia cerebral, esclerose múltipla, epilepsia e outras — e isso considerando apenas dispositivos implantáveis.

Embora os implantes ofereçam algumas vantagens, Forslund vê um potencial ainda maior na tecnologia não invasiva de sua empresa, tanto por dispensar os riscos de uma cirurgia quanto pela versatilidade da plataforma para desenvolvedores de aplicativos. A Cognixion pretende alcançar mais de 3 milhões de usuários até 2035.

Quando o estudo inicial com 10 participantes for concluído no outono, a Cognixion planeja realizar um segundo ensaio com até 50 pacientes. Se os resultados forem igualmente positivos, isso poderá facilitar a aprovação da FDA (agência reguladora dos EUA), que já concedeu ao Axon-R a designação de dispositivo inovador — um status que acelera o processo regulatório — para uso com pacientes de ELA. Isso faz com que Forslund esteja confiante de que sua empresa conseguirá comercializar a tecnologia rapidamente.

“Enquanto empresas como a Neuralink enfrentam dificuldades para testar seus dispositivos em pacientes pela primeira vez, nós teremos 10 usuários neste verão, todos, esperamos, conseguindo ter conversas novamente após um longo período de silêncio”, disse ele.

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