O professor Rodrigo Zeidan, da NYU Shanghai e da Fundação Dom Cabral, revelou durante sua participação no programa WW desta terça-feira (15) que o nível de competição na China é “absurdamente alto”, classificando o país como o mais competitivo do mundo em termos de disputas empresariais.
Segundo Zeidan, a expansão internacional das empresas chinesas não é uma estratégia governamental, mas sim uma necessidade de sobrevivência no mercado interno altamente competitivo.
“Essa expansão internacional não é uma briga contra o exterior, é uma briga interna entre empresas hiperagressivas para saber quem sobrevive no médio prazo”, explicou o especialista.
Cenário competitivo sem precedentes
O professor destacou a magnitude da competição no mercado chinês, citando como exemplo o setor de veículos elétricos: “A gente conhece no Brasil duas, três ou talvez quatro empresas de veículos elétricos, por exemplo. Aqui na China são 200”.
Zeidan prevê uma consolidação significativa no mercado até 2030, com apenas cinco empresas sobrevivendo à intensa competição.
Esta dinâmica força as companhias a buscarem expansão global como estratégia de sobrevivência.
Impacto na economia global
A agressividade competitiva das empresas chinesas tem gerado reações em blocos econômicos internacionais, como a Europa.
O especialista argumenta que essa expansão continuará, não por uma política governamental, mas pela necessidade das empresas de garantirem sua posição no mercado global.
“A BYD não tem medo da Mercedes-Benz, não tem medo da Tesla, ela tem medo das outras chinesas e por causa disso ela tem que se expandir para garantir que no processo de consolidação ela sobreviva”, exemplificou Zeidan, ilustrando a mentalidade das empresas chinesas no cenário atual.