O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse que a Polícia Federal (PF) “já levantou indícios fortíssimos” nas investigações sobre o plano golpista após a eleição de 2022 para o Planalto.
Em novembro, 37 pessoas — entre as quais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-integrantes de seu governo e 25 militares — foram indiciadas pela PF pela tentativa de golpe, que incluía um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
“Por tudo que se sabe, por tudo que a Polícia Federal já levantou, indícios fortíssimos [na investigação sobre tentativa de golpe], né?”, disse Temer em entrevista à revista Veja, divulgada neste domingo (8).
Temer também disse que com o andamento das investigações é que “se pode chegar a alguma conclusão”. “Se o ex-presidente sabia ou não sabia — ele nega permanentemente –, eu não saberia dizer”.
Só com as Forças
O ex-presidente ainda falou que, para haver um golpe no país, seria necessária a participação das Forças Armadas.
Você tem golpe no país para valer quando as Forças Armadas querem
Michel Temer
Na avaliação de Temer, no caso em investigação pela PF agora, “talvez uns e outros das Forças Armadas pretendessem”, mas o conjunto delas “não quis o golpe”. “Repudiou a hipótese do golpe, e repudiou porque nós estamos num regime democrático consolidado”.
Para o ex-presidente, também “é difícil a hipótese de uma quebra institucional porque ter o golpe significa romper com a Constituição”. “Portanto, uma quebra institucional. Eu acho que não há condições no país para isso. Há uma consciência em todos os setores de que a democracia é o melhor sistema para o nosso país”.
Sobre os ataques de 8 de janeiro, Temer disse que eles representaram “uma aspiração pelo golpe”. “Houve uma agressão aos Três Poderes”, disse. “Mas o fato é que não prosperou”.
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