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Se o Mark Zuckerberg estiver certo, você vai trocar seu celular por estes óculos

Créditos: David Paul Morris/Bloomberg

A Meta Platforms – dona do Facebook e do Instagram – apresentou seu primeiro par de óculos de realidade aumentada – dispositivos que integram o mundo digital ao físico – marcando um passo importante na ambição do CEO Mark Zuckerberg de, um dia, oferecer uma alternativa ao smartphone que não dependa do uso das mãos.

Os novos dispositivos, revelados nesta quarta-feira (25) e chamados Orion, lembram óculos de leitura com armação grossa e preta, mas suas lentes podem exibir mensagens de texto, chamadas de vídeo e até vídeos do YouTube diretamente no campo de visão do usuário.

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Esses óculos ainda são protótipos e não estão à venda. No momento, são utilizados internamente pela Meta, quem feito testes e aprimoramentos no produto.

Um bracelete complementar, que detecta estímulos nervosos, e câmeras embutidas na armação que rastreiam o movimento ocular, permitem que os usuários do Orion “cliquem” ou “deslizem” na tela utilizando apenas as mãos.

Os óculos representam quase uma década de avanços tecnológicos e investimentos financeiros significativos da Meta. Eles também oferecem pistas da visão de Zuckerberg para o futuro da tecnologia, um projeto que já custou à empresa dezenas de bilhões de dólares nos últimos quatro anos.

Orion, o protótipo de óculos de realidade virtual desenvolvido pela Meta.

Créditos: David Paul Morris/Bloomberg

Atualmente, a Meta já comercializa óculos inteligentes da marca Ray-Ban, equipados com câmeras e alto-falantes, mas Zuckerberg acredita que os óculos de realidade aumentada se tornarão uma espécie de computador móvel e sem uso das mãos, que, um dia, poderá rivalizar com os smartphones como principal meio de comunicação e interação online.

Se os óculos inteligentes chegarem ao mercado em massa, a Meta espera ser um dos grandes players dessa nova indústria, o que também ajudaria a empresa a reduzir sua dependência de concorrentes como a Apple e o Google para levar seus produtos aos consumidores.

Esse objetivo ainda está distante, mesmo com o protótipo Orion, que foi apresentado durante a conferência anual Connect, da Meta, em Menlo Park, Califórnia. A empresa esperava tornar essa versão do dispositivo disponível ao público, mas os executivos afirmaram que o produto ainda não é pequeno nem estiloso o suficiente. Esses mesmos desafios já afetaram iniciativas semelhantes de outras empresas de tecnologia ao longo dos anos, incluindo o Google e a Microsoft.

A Snap, dona do Snapchat, revelou seu próprio par de óculos de realidade aumentada no início deste mês, mas apenas para desenvolvedores.

Os executivos da Meta acreditam que, eventualmente, conseguirão produzir óculos finos e poderosos o suficiente para atrair o público em geral. O objetivo é lançar o Orion no mercado “nos próximos anos” por um preço equivalente ao de “um laptop ou smartphone top de linha”, afirmou Rahul Prasad, diretor sênior de gerenciamento de produto da Meta.

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“Toda tentativa anterior de realidade aumentada envolvia headsets, óculos de proteção ou capacetes”, disse ele. “Queremos chegar aos óculos.”

Por enquanto, a Meta continuará desenvolvendo e refinando os óculos internamente até que estejam prontos para o público. Centenas de funcionários da Meta já estão testando os óculos Orion, e a empresa planeja expandir consideravelmente esse grupo agora que o produto foi revelado publicamente.

Diferente de produtos concorrentes, como o headset Vision Pro da Apple, os óculos Orion da Meta não exigem uma faixa volumosa na cabeça ou um pacote de baterias para funcionar. O Orion possui sete câmeras, incluindo duas para rastrear movimentos oculares, o que permite aos usuários controlar a tela por meio de gestos visíveis com as mãos.

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg.

Créditos: David Paul Morris/Bloomberg

No entanto, o Orion funciona melhor quando emparelhado com um bracelete complementar, que utiliza eletromiografia para detectar movimentos muito sutis das mãos, permitindo o controle dos óculos com leves movimentos dos dedos.

A Meta projetou e produziu mais de 10 chips de computador diferentes embutidos no Orion, como parte de um plano para reduzir o consumo de energia dos óculos, além de diminuir a quantidade de calor gerada, para que o dispositivo não aqueça ao toque. Em vez de vidro, as lentes do Orion são feitas de carbeto de silício, um material popular em alguns veículos elétricos, que é mais leve que o vidro e também ajuda a dobrar a luz em ângulos extremos, disse Prasad.

Novo headset Quest VR

A Meta também anunciou uma nova versão mais barata de seu headset de realidade virtual Quest, renovando seus esforços para convencer os consumidores a passarem mais tempo utilizando realidade virtual e aumentada para jogar, assistir vídeos e conversar com outras pessoas.

O headset Quest 3S tem muitas das mesmas funcionalidades do atual dispositivo Quest 3, mas oferece menos memória e é algumas centenas de dólares mais barato. O headset estará disponível nas lojas dos Estados Unidos a partir de 15 de outubro e custará cerca de US$ 300, em comparação aos US$ 500 do Quest 3.

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