Os episódios de violência antes da partida entre Botafogo e Peñarol, no último dia 23, no Rio de Janeiro, segue tendo grande repercussão. Nesta segunda (28), em Montevidéu, jogadores do time de basquete do clube e torcedores manifestaram-se em apoio aos uruguaios que estão detidos no Brasil.
O time de basquete entrou em campo com a faixa pedindo “Liberdad a los pibes (liberdade para os garotos, em tradução literal)”. Na arquibancada, a torcida estendeu a seguinte mensagem: “Defender-se não é delito”.
Os veículos de comunicação e até o próprio Peñarol noticiaram que a torcida uruguaia foi alvo de uma emboscada da Polícia do Rio de Janeiro e de torcidas organizadas.
As cenas de violência no Recreio do Bandeirantes, contudo, não mostram participação de torcidas do Rio, e, sim, confrontos entre uruguaios, agentes de segurança e moradores locais.
Depois de aproximadamente 3h de confronto, cerca de 200 torcedores foram detidos. O Peñarol assumiu a defesa dos 21 uruguaios que seguem detidos. Diversos quiosques foram saqueados e depredados, motos incendiadas e outros veículos destruídos no local.
Este cenário criou um clima de incerteza e insegurança para a torcida do Botafogo no jogo desta quarta (30), no Campeón del Siglo, em Montevidéu. Alvinegros, inclusive, desistiram de viajar ao Uruguai após o Ministério do Interior decidir que a partida deveria ocorrer sem a presença da torcida visitante.
O Botafogo se manifestou contrário à decisão, e acionou a CBF e até o Itamaraty. A Conmebol, por sua vez, pediu garantias ao governo do Uruguai e ao Peñarol para que o jogo seja realizado com a presença das duas torcidas. Caso isso não ocorra, a entidade poderá transferir o local da partida ou determinar a realização da mesma com os portões fechados.