A terceira temporada de “The Bear” chega ao streaming Disney+ no Brasil nesta quarta-feira (17), após uma longa espera dos fãs. Na série de sucesso, cuja primeira temporada estreou em 2022, um grupo de funcionários de uma lanchonete em Chicago aprende a trabalhar junto e construir um restaurante de alta gastronomia em meio aos desafios da profissão.
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Todo profissional enfrenta adversidades e desafios em algum momento, seja um estudante, membro de uma empresa ou líder. E “The Bear”, que as premiações de TV insistem em chamar de comédia, e muitos de nós vemos como uma espécie de drama familiar, também está proporcionando inúmeras lições de liderança eficazes para aqueles que prestam atenção suficiente para observá-las.
A jovem sous chef Sydney (Ayo Edebiri) é determinada em estruturar uma boa liderança na cozinha profissional – um ambiente muitas vezes pintado como disfuncional. No seu tempo livre, ela estuda as lições do lendário “Coach K”, renomado treinador de basquete masculino da Universidade Duke e guru de liderança.
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Para Sydney, as lições do treinador sobre superar fracassos e aprender a trabalhar em equipe são transferíveis para os desafios que ela enfrenta no seu ambiente de trabalho. No final da segunda temporada, ela ajuda a transformar o que antes era uma equipe de uma lanchonete de segunda categoria em um time de cozinha e serviço de alta qualidade.
Como ser um bom líder
Seguindo um conselho do Coach K, Sydney ouve as pessoas ao seu redor e confia na equipe. Ela melhora seu próprio desempenho como líder e ajuda os colegas a elevar seu trabalho. Ao longo do caminho, ela aprende que liderar uma equipe é mais do que apenas um fardo, mas também um privilégio a ser desfrutado.
A equipe montada por ela e pelo Chef Carmy (Jeremy Allen White) nem sempre é a mais fácil de liderar. Os membros são diversos em idade, raça, gênero, nível de educação, experiência profissional e, talvez mais importante, disposição para aprender e crescer. Mas, ao deixar de lado seus próprios egos e necessidades pessoais em favor de proporcionar oportunidades para a equipe, Sydney e Carmy conquistam até os membros mais céticos do time.
Todos têm a aprender (e ensinar)
Considere o teimoso Richie (Ebon Moss-Bachrach), cuja conexão emocional com a versão antiga do restaurante e seus demônios pessoais frequentemente o colocam em conflito não apenas com Sydney e Carmy, mas com todos os outros colegas. Em um episódio chave, Carmy envia Richie para um estágio em um dos melhores restaurantes de Chicago. No início, Richie vê isso como uma punição e seu orgulho impede que ele aprenda ou cresça.
Mas, eventualmente, duas coisas mudam sua mente: ver a paixão e dedicação no restaurante sofisticado, e perceber que essa oportunidade não era uma punição, mas sim uma demonstração da crença de Carmy nele e em seu potencial. Observando essa cozinha de alto desempenho, ele abandona a resistência e entende seus objetivos. “Eu uso ternos agora”, diz ele, que antes usava camiseta e moletom, aos colegas quando retorna à sua equipe. É um exemplo de que a gentileza e o apoio são peças-chave para converter os mais rebeldes em grandes aliados.
Outros funcionários estão abertos a oportunidades — e, como “The Bear” demonstra, vão prosperar quando tiverem a chance de brilhar. O chefe de confeitaria Marcus (Lionel Boyce) tem a oportunidade de estudar com um mestre em Amsterdã e a sous-chef Tina (Liza Colón-Zayas) frequenta uma escola culinária de alto nível, e ambos aplicam com ânimo suas novas habilidades e conhecimentos para alcançar o objetivo compartilhado da equipe.
As pessoas fazem a equipe e o resultado
Acima de tudo, “The Bear” nos ensina que adaptabilidade e resiliência são essenciais para a liderança e o trabalho em equipe. Na vida (e em qualquer série que queira sustentar sua narrativa), os personagens são constantemente confrontados com desafios e contratempos inesperados. Mofo, inspeções fracassadas e excesso de despesas ameaçam descarrilar a renovação do restaurante em torno da qual a segunda temporada é construída.
Mas, repetidamente, os membros da equipe seguem o conselho do Coach K e confiam uns nos outros. Sydney e Carmy ouvem os funcionários, buscando sua experiência e conselhos antes de determinar o caminho a seguir. O produto final pode não ser o que eles inicialmente imaginaram, mas talvez seja ainda melhor por isso.
Também vemos o valor da diversidade em uma equipe. As pessoas que trabalham nesse restaurante podem ser muito diferentes, mas cada vez que há uma nova crise, um deles tem a habilidade ou perspectiva certa para ajudar a resolver o problema.
O poder do “Sim, chef”
A frase obrigatória de uma cozinha profissional, “Sim, chef” se tornou um mantra da série — e, sem dúvida, um meme verbal que os fãs repetem. A equipe de cozinha em “The Bear” era cética quando Carmy insistiu pela primeira vez que adotassem o hábito. Tradicionalmente, é um sinal de respeito em uma cozinha, mas o time de profissionais questionou esse tipo de pretensão no que começou como uma velha lanchonete de classe trabalhadora.
Não demora muito para que essa demonstração de admiração mútua pegue entre os personagens — e, depois, entre todos nós. Isso eleva os esforços e os lembra que seu trabalho está ligado a um propósito compartilhado maior, uma visão mais ampla do que está bem na frente deles.
Em momentos em que a grosseria e a desconexão muitas vezes nos fazem sentir solitários e desvalorizados, há um desejo de encontrar maneiras compartilhadas de cultivar e demonstrar respeito. É sobre reconhecer o esforço e a expertise, apreciar as habilidades únicas que cada membro da equipe traz para a mesa. Não se trata de hierarquia, mas de respeito e excelência. É a prova de que o sucesso é uma conquista coletiva.
Mesmo que essa frase específica não funcione em qualquer ambiente profissional, é importante desenvolver alguma maneira de dizer com frequências às pessoas ao seu redor que os esforços estão sendo reconhecidos e que seu trabalho é respeitado.
Vale a pena tentar, certo?
Sim, chef.
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*Marvin Krislov é colaborador da Forbes USA. Ele é presidente da Pace University, instituição de ensino superior privada nos Estados Unidos, e escreve sobre educação.