Começa a se instalar no governo Lula 3 uma rotina. É segunda-feira? É dia de debelar alguma crise.
A mais recente tem a ver com uma mexida relâmpago do governo nas regras do sistema tributário, criando uma rara unanimidade contra o governo entre os mais variados setores da economia.
Ao contrário de outros problemas técnicos de difícil compreensão, esta última mudança nos impostos já tem consequências práticas imediatas: subida de preços de combustíveis já nesta terça-feira.
A natureza do problema é de ordem política e não técnica. É o fato do governo ter de se empenhar em arrecadar o que puder para gastar o que quiser. Mas, mesmo amparado pelo Supremo, o que se destaca é a incapacidade política do governo de articular no Congresso.
Importante observar que, na crise desta segunda-feira, o perigo para o Planalto não está tanto no Congresso, preparado mais uma vez para derrotá-lo. Está no fato de que setores amplos da sociedade não aguentam mais pagar impostos. E é esse clima de “basta”, de “chega”, que chegou ao Congresso.
As reuniões de segunda-feira presididas por Lula não parecem ter se dado conta disso. A questão não são os fatos isolados da política. É cada vez mais o conjunto da obra.